Mas o esquecimento era um caminho no qual não podia permanecer mais.
As nuvens de chumbo, o ar frio, as luzes fugidias das casas longínquas eram o seu novo mundo, a marca da lembrança, a certeza do Presente que não desejou.
Por isso, permaneceu junto à janela e desfiou todos os Natais, todas as Primaveras, todas as vezes em que viu o Sol dar lugar à chuva pensando não mais voltar a sentir o calor da luz na face.
Lembrou as bonecas e a bicicleta, relembrou a mão enrugada da avó, os doces fumegantes na mesa...com um sorriso de criança. Depois? voltou à mente aquele, aquele Natal repleto de beijos-promessa, de sonhos e esperanças, como se não houvesse amanhã simplesmente porque sentia que o mundo era eterno. E então as lágrimas voltaram.
Mas isso foram Natais passados... este Natal. Este, tinha a emoção de uma montanha-russa com todos os seus altos e baixos, mas também a angústia de não saber quando a "viagem" iria acabar.
1 comentário:
Belo texto! A esperança de um dia melhor é algo que deve ser considerado. Tanto mais por se desconhecer o futuro.
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