passagens que considerei interessantes
'E percebi que os sorrisos servem para uma data de coisas, como por exemplo para tapar buracos que aparecem quando o mar das palavras se transforma em deserto.'
'Eu ia ao consultório do médico que cá veio a casa e perguntava-lhe «O senhor doutor tem remédios para a solidão?», e ele respondeu-me «Tenho, mas só podem ser tomados com café». Completamente estúpido, não é? A minha imaginação durante o sono é sempre mais fértil e muito mais disparatada.'
'Tentei desenhar Deus numa folha de papel cavalinho e saiu-me um círculo. Julgo que o retrato me saiu assim porque me disseram, quando era pequena, que Deus é o princípio e o fim, que sempre existiu. Depois de desenhar, olhei para o meu círculo e já não sabia onde tinha começado ou acabado, por isso achei que devia ser essa a única forma de representar Deus. Tirei a folha do bloco e colei-a na porta do quarto, do lado de dentro. Por baixo não escrevi nada, porque não havia nada para acrescentar.'
'Não foram estes os pais que eu encomendei antes de nascer. A cegonha que me trouxe devia estar desnorteada. Houve aqui alguém que se enganou. E o mais grave é que agora não posso reclamar. Os meus pais já não estão na garantia, e o prazo de validade das minhas reclamações acabou no dia em que eu disse ao meu pai que queria ir morar com ele numa casina de chocolate... Tinha quatro anos, segundo me contaram...'
'A directora da turma resolveu ter «uma conversa séria» comigo e disse-me que compreendia que perder uma avó de quem se gosta muito é duro, mas que eu tinha de me esforçar mais, que era uma pena desperdiçar as minhas capacidades, etc. Disse-lhe que sim e vim-me embora. Descobri que não vale a pena contrariar os adultos nas poucas vezes em que eles estão mesmo convencidos daquilo que acabaram de dizer.'
'Seria milagre, mas, por enquanto, ainda acredito em milagres, até porque, até agora, nunca me aconteceu nenhum, o que aumenta um pouco as probabalidades de vir a acontecer.'
'Às vezes em sonho triste
Nos meus desejos existe
Longinquamente um país
Onde ser feliz consiste
Apenas em ser feliz'
Nos meus desejos existe
Longinquamente um país
Onde ser feliz consiste
Apenas em ser feliz'
'Tenho de ver se consigo estudar alguma coisa. Não me apetece nada... Há tantas drogas por aí, porque é que não inventam alguma coisa para dar vontade de estudar? Afinal, onde é que está o tão falado progresso da ciência?'
'Devia haver uma associação qualquer com uma sede onde nos reuníssemos para falar dos mundos onde passamos as noites. (...) Eu convidava logo um realizador de filmes de terror para assistir a uma sessão e inspirar-se nos meus relatos. Seria um sucesso!'
'Esta tarde (...) olhei para o meu pulso esquerdo e tive vontade de arrancar a pele para a tatuagem sair. Agora é tarde demais. O meu «relógio» continua parado nas zero horas de um dia que ainda não chegou. Quem poderá dar-lhe corda?'
'Só tenho sonhos estúpidos. Quem inventou a expressão «Sonos cor-de-rosa!» devia ser sádico. Os meus são sempre a preto e branco e de sonho não têm nada. Talvez no Céu se possa sonhar com arco-íris e pôr do Sol na praia. Cá em baixo é tudo cor de chumbo. Cor-de-rosa, uma ova! Cor de espinhos...'
Algumas passagens opetei por não colocar por mencionarem directamente a acção.
Adorei a leitura e aconselho aos colaboradores e visitantes do ES que o leiam!
'Devia haver uma associação qualquer com uma sede onde nos reuníssemos para falar dos mundos onde passamos as noites. (...) Eu convidava logo um realizador de filmes de terror para assistir a uma sessão e inspirar-se nos meus relatos. Seria um sucesso!'
'Esta tarde (...) olhei para o meu pulso esquerdo e tive vontade de arrancar a pele para a tatuagem sair. Agora é tarde demais. O meu «relógio» continua parado nas zero horas de um dia que ainda não chegou. Quem poderá dar-lhe corda?'
'Só tenho sonhos estúpidos. Quem inventou a expressão «Sonos cor-de-rosa!» devia ser sádico. Os meus são sempre a preto e branco e de sonho não têm nada. Talvez no Céu se possa sonhar com arco-íris e pôr do Sol na praia. Cá em baixo é tudo cor de chumbo. Cor-de-rosa, uma ova! Cor de espinhos...'
Algumas passagens opetei por não colocar por mencionarem directamente a acção.
Adorei a leitura e aconselho aos colaboradores e visitantes do ES que o leiam!
1 comentário:
Ja li este livro ha bastante tempo, no entato qualquer dia voltarei a devorar aquelas paginas, coisa que se faz numas horas. ;)
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