De palavras não sei. Apenas tento
desvendar o seu lento movimento
quando passam ao longo do que invento
como pre-feitos blocos de cimento.
De palavras não sei. Apenas quero
retomar-lhes o peso a consistência
e com elas erguer a fogo e ferro
um palácio de força e resistência.
De palavras não sei. Por isso canto
em cada uma apenas outro tanto
do que sinto por dentro quando as digo.
Palavra que me lavra. Alfaia escrava.
De mim próprio matéria bruta e brava
- expressão da multidão que está comigo.
Ary dos Santos
Mais do que lembrar um dos meus poetas favoritos; ao encontrar este poema hoje senti: "É nosso! Representa-nos."
Aqui as palavras unem-nos e fazem de nós a multidão uns dos outros... pelo menos não estamos sós!
3 comentários:
Obrigada pela visita ao meu espaço e pelo convite endereçado. Gostaria de saber mais pormenores dos procedimentos a seguir. Pode contactar-me por e-mail.
Um abraço
Esperança
Para o blog que é, está bem escolhido !
sim, bela escolha! A intenção foi muito boa.
Enviar um comentário