XUXUXUTANDO

Um monumento

ao futebol


Antunes Ferreira
Uma noite de loucura. Um dos melhores desafios de futebol a que assisti – para não dizer mesmo o melhor - justifica o apontamento. Há muito tempo que não trazia aqui temas futebolísticos. Mas, hoje, não posso deixar de o fazer. A televisão levou-me, como habitualmente o faz, a Londres, mais precisamente a Stamford Bridge, o estádio do Chelsea, o clube mais português do Reino Unido. Que sigo com atenção desde que o ora Professor Doutor José Mourinho foi seu treinador – e com o sucesso conhecido.

Desta feita, o clube londrino defrontou o Liverpool, por seu turno o time mais espanhol da Grã-Bretanha, na segunda mão dos quartos de final da Champions League, onde também se encontra o Porto. E foi uma loucura total! Absoluta! Os Blues traziam do primeiro encontro, jogado em Anfield Road, uns excelentes 1-3 que quase lhe garantiam a qualificação para as meias-finais. Quase.



Só que os da cidade dos Beatles, aparentemente não conformados, chegaram ao santuário do Chelsea e ao intervalo venciam por 2-0. Rafa Benitez, o treinador espanhol esfregava as mãos de contente. A eliminatória estava empatada e… Para quem gosta de futebol, como é o meu caso, o assunto não era para menos. Mas, nem sonhar o que seria a segunda metade da partida…

Não sei o que terá dito no intervalo o holandês Guus Hidding aos seus pupilos. Mas que aconteceu um milagre - aconteceu. Chegaram ao empate, 2-2. E, depois, uns atrás dos outros e ora cá, ora lá, mais quatro golos, e acabou o prélio com um impressionante 4-4. Inaudito. Incrível. Espantoso. Empolgante. Mesmo sem recorrer ao dicionário de sinónimos, estava aqui a alinhavar adjectivos até ao final do mês… Ou do ano.

Quem viu o jogo, como eu, pela nos ecrãs, mesmo não sendo apoiante de nenhum dos dois gigantes, deve ter roído as unhas até à aos cotovelos. Tão depressa não voltaremos a ver uma epopeia futebolística com esta. Espectáculo inesquecível para os 46.000 espectadores nas bancadas e para os muitos milhões presos à caixa que mudou o Mundo. Um verdadeiro monumento ao futebol. Se o Porto-Manchester fosse assim, este meio da semana ficaria para a História. Do futebol e, porque não? – da Humanidade.